Adoração: uma, santa, católica e apostólica - Ministério Ligonier
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Adoração: uma, santa, católica e apostólica

Nota do editor: Este é o último de 5 artigos da coleção: Igreja: uma, santa, católica e apostólica.

O que você pensaria se fosse à sua igreja no domingo de manhã e a vida de uma criança fosse sacrificada como parte do culto? O que você pensaria se fosse à igreja neste domingo e descobrisse que uma orgia sexual religiosa tomaria o lugar do sermão?

O que você deve pensar e saber é que essas mudanças significam que sua igreja não adora mais o mesmo Deus. A adoração de qualquer povo refletirá o Deus que adora. Se a Igreja é: uma, santa, católica e apostólica, logo isso significa que seu Deus é único e não há outro, que seu Deus é santo, que seu Deus falou com autoridade e que seu Deus é um. Se isso é quem Deus é, e se isso é o que sua Igreja é, então isso deve, antes de tudo, ser expresso visivelmente em sua adoração. Se a adoração do corpo local não estiver declarando que existe apenas uma Igreja, santa, católica e apostólica, portanto, ela está traindo seu Deus e negando seu direito de nascença.

É hora de as igrejas indolentes de nossa cultura, que estão centradas no homem, que tão facilmente usam os termos “cristão” e “evangélico”, perceberem que sua adoração deve estar em conformidade com o caráter do Deus trinitário. Qualquer substituto está meramente usando as formas de adoração da idolatria para se aproximar de um Deus que não sofrerá profanação.

Vamos dedicar um momento para percorrer os diferentes aspectos da adoração de nossas igrejas locais e entender como cada uma dessas características deve proclamar que fazemos parte da Igreja: uma, santa, católica e apostólica.

Gosto do chamado à adoração. Estamos sendo chamados para ser um povo santo, que se separa do mundo para adorar. Somos santos, separados do mundo pelo batismo para o Seu serviço. O mundo não canta Doxologia, Gloria Patri ou Sanctus. Logo no início, ao participarmos ou respondermos ao chamado para a adoração, estamos declarando que nós, como Igreja, somos um sacerdócio real e santo. Como seus sacerdotes, estamos oferecendo nossa adoração (cada parte de nossa adoração) como um sacrifício santo a ele.

Cantamos os grandes hinos da fé, sejam eles hinos de louvor, oração, arrependimento, ação de graças ou confissão. Ao fazermos isso, estamos proclamando que Deus é o único e santo Deus que falou com autoridade e que batizou e ordenou pessoas de todas as raças, línguas e nações para serem Suas. Isso significa que o conteúdo de nossos hinos é importante. Corações sinceros não significam nada para Deus quando expressam pensamentos e palavras que negam ou comprometem Seu caráter.

Quando nos atentamos cuidadosamente à Sua Palavra, estamos nos apoiando no mesmo alicerce que os profetas e apóstolos. Não somos apóstolos. Não pertencemos a uma linhagem biológica que descende dos apóstolos. Somos os descendentes espirituais dos apóstolos, pois nos apoiamos em sua autoridade, a Palavra infalível e inerrante do Deus vivo. Quando nos levantamos e recitamos o Credo Apostólico ou o Credo Niceno, seguimos os passos deles. Ao confessarmos, precisamos pedir a Deus que desperte nossas emoções. Estamos afirmando as mesmas palavras que estavam nos lábios dos mártires enquanto morriam, não se envergonhando da “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3). A proclamação de Sua Palavra e as declarações de credo são os critérios que separam sua Igreja dos mórmons, das testemunhas de jeová e dos unitaristas.

É maravilhoso quando temos diversidade de raça e cultura adorando na mesma sala. No entanto, devemos nos lembrar de que a diversidade no mesmo santuário não é a expressão mais verdadeira de nossa catolicidade. A catolicidade da Igreja não se expressa principalmente em nossos relacionamentos uns com os outros, porém se expressa em nossa reunião para adorar o Deus Trinitário que é um. Toda a Sua Igreja adora o mesmo Deus e Pai, e todos são habitados pelo mesmo Espírito, que dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus, irmãos de Cristo e irmãos uns dos outros. Pense na imagem que é vista do céu a cada Dia do Senhor, quando pessoas de todas as raças, idiomas e nações se reúnem diante desse único Deus para adorar. A frase que acabei de escrever nos traz à mente uma passagem acima de todas as outras: “E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra” (Ap 5:9-10). Essa é a canção do céu. Nossa adoração é um prelúdio e uma prévia desse hino cantado e visto em todo o mundo a cada Dia do Senhor.

Caro leitor, você entende que cada aspecto de nossa adoração — nosso culto em nossa igreja local neste domingo — deve proclamar que fazemos parte da Igreja: uma, santa, católica e apostólica. Esse é nosso chamado, dever e nossa alegria. Não é fácil, não pode ser abordado com negligência, como se não fosse importante. Exige estudo e reflexão, não apenas por parte daqueles que planejam as especificidades da adoração, mas também pelos próprios adoradores. É preciso ensinar para que esse precioso patrimônio continue na próxima geração. Requer atenção constante para que possamos crescer em nossa compreensão da adoração. Mais importante ainda, requer um coração cheio e fortalecido pelo Espírito Santo para que não caiamos no túmulo vazio da ortodoxia morta.

Pela nossa adoração, somos conhecidos como a Igreja: uma, santa, católica e apostólica.

Publicado originalmente em Tabletak Magazine.

John P. Sartelle
John P. Sartelle
El Rev. John P. Sartelle es el ministro principal de Christ Presbyterian Church (PCA) en Oakland, Tennessee. Es el autor de What Christian Parents Should Know about Infant Baptism [Lo que los padres cristianos deben saber sobre el bautismo infantil].