A parábola do administrador infiel
agosto 17, 2022A parábola dos lavradores maus
agosto 19, 2022A parábola da semente
Nota do editor: Este é o quinto de 12 capítulos da série da revista Tabletalk: As parábolas de Jesus.
Enquanto escrevo isto, estou sentado em frente à minha mesa do meu escritório em Munique, Alemanha, pensando sobre as mais recentes estatísticas sobre o cristianismo na Alemanha. De acordo com os números que vejo na minha frente, o cristianismo está em rápido declínio. O país onde a Reforma começou quinhentos anos atrás em breve terá a maioria da população se identificando como não cristã. Há setenta anos atrás, na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial, 95% da população era membro ou da Igreja católica romana ou de alguma Igreja protestante. Apenas em 2018, as Igrejas protestantes do estado perderam cerca de 2% de seus membros. Mas ainda mais alarmante é que dos membros das Igrejas protestantes do estado, uma média de apenas 3,4% frequenta um culto da igreja em qualquer domingo, o que equivale a menos de 1% da população da Alemanha. O número de cristãos em igrejas livres (não estatais) continua a ser insignificante. Ainda mais alarmante é a tendência em direção ao liberalismo em quase todas as denominações. Será que eu deveria simplesmente desistir e ir para outro lugar onde as boas novas são recebidas com maior entusiasmo?
Você deve estar vivendo em um lugar onde o evangelho se proclama mais, mas certamente você já deve ter experimentado a sensação de que o reino de Deus aparentemente não está avançando como você esperava. Você reúne toda sua coragem para defender a causa de Cristo, mas você apenas encontra olhares perdidos e pessoas se afastando de você. Essa é provavelmente a sensação que os discípulos de Jesus tiveram durante certos períodos do ministério terreno do nosso Senhor.
Em Marcos 4:26-29, lemos como Jesus instruiu e encorajou Seus discípulos a não pararem de pregar o evangelho e a confiar que o Senhor usaria seus esforços para eventualmente produzir uma colheita abundante. Essas palavras nos encorajam, e deveriam nos lembrar da nossa tarefa e suas limitações.
O versículo 26 introduz a parábola e nos ajuda a ver nossa tarefa: “O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra”. Similar à parábola mais conhecida do semeador no início do capítulo, Jesus fala sobre o reino de Deus vindo por meio de sementes espalhadas. Ele havia acabado de explicar que a semente é a Palavra de Deus (v. 14). Claramente, então, a tarefa de todos nós é semear a semente através da pregação da Palavra.
Contudo, ficamos frequentemente decepcionados quando parece que todos nossos esforços são em vão. Isso pode nos incentivar a persistir. Pode também nos fazer tentar todo novo artifício na esperança de produzir os resultados desejados. Mas Jesus tinha um conselho melhor para aqueles que têm fielmente espalhado sementes: “[É como se o semeador] dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga” (Mc. 4:27–28). Note primeiro que o crescimento acontece “automaticamente”. Quando a semente boa cai no solo preparado, irá brotar e crescer. O poder para esse crescimento encontra-se na própria semente. É a poderosa Palavra que irá realizar aquilo para o qual foi enviada. Em segundo, perceba que leva tempo para a semente espalhada crescer. Na primeira parábola do semeador, Jesus havia apontado que a semente que aparentemente cresceu rapidamente terminou não produzindo fruto (v. 5).
No último versículo, finalmente lemos que não precisamos temer que o reino de Deus não tenha êxito: “E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa” (v. 29). Isso é libertador. Somos chamados simplesmente a sermos embaixadores de Cristo. Precisamos apenas espalhar a semente. O resto é obra de Deus. E Ele a fará. Seu reino virá exatamente como Ele ordenou.
Não podemos ter certeza de que todos nossos amigos virão a Cristo. Mas podemos estar seguros de que Deus não demanda de nós o que somente Ele pode fazer. Ele reunirá os eleitos, do seu círculo de amigos, assim como aqueles que estão na Alemanha. Quando Cristo retornar para buscar a colheita, haverá uma multidão de toda tribo e língua e povos e nações. Ele fará isto em Seu tempo até que a tarefa seja concluída. Então, continuemos a espalhar a semente do evangelho e a nos maravilharmos com o que Deus fará através de Sua Palavra.