5 coisas que você deve saber sobre Moisés
março 7, 2025
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A força da fraqueza

Nota do editor: Este é o primeiro de 18 capítulos da série da revista Tabletalk: Provas, tentações e o teste da nossa fé.

Já foi dito: “Tudo o que não te mata te torna mais forte.” Muitas pessoas se apegam a esse provérbio como uma fonte de conforto e esperança em meio às ansiedades, misérias e aflições diárias. Há alguma verdade na declaração, na medida em que reflete o ensino das Escrituras (Rm 5:3-5; Tg 1:2-4, 12; 1 Pe 4:12-19). As provações de fato nos tornam mais fortes e firmes em nossa fé. As provações nos amadurecem. Nos ajudam a crescer. Porém esta é apenas uma parte da compreensão bíblica das provações.

Quando nós, como raça humana, caímos em pecado, nossas inclinações mudaram. Antes tínhamos a capacidade de não pecar, mas nos tornamos um povo que não consegue evitar o pecado e que até encontra prazer — ainda que passageiro — no pecado. Como criaturas, somos por natureza dependentes, contudo, a queda mudou nosso reconhecimento de nossa dependência. Antigamente reconhecíamos nossa dependência do nosso Criador e adorávamos e servíamos somente a Ele, porém nos tornamos um povo que adora e serve a si próprio como se fôssemos autônomos.

Então, quando as provações e tentações vierem, precisamos decidir se iremos confiar em nós mesmos e em nossas próprias forças ou em Deus. Iremos tirar proveito da provação, minimizá-la ou tentar evitá-la? Ou correremos para nosso Senhor como nosso amigo mais próximo e nos ajoelharemos em oração e confiaremos nEle durante as provações?

Como filhos adotivos de Deus, nosso Pai, reconhecemos que as provações que Ele soberanamente envia em nosso caminho não têm o propósito apenas de nos tornar mais fortes em Cristo, mas de nos tornar mais fracos, menos confiantes em nossas próprias forças e planos e mais dependentes de Deus e do poder de Sua força, assim como Paulo experimentou e confessou: “Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12:10).

Tudo o que não nos mata, pela graça de Deus, nos torna mais fracos em nossa autodependência e mais dependentes da força de Deus. E tudo isso por meio dAquele que suportou a provação da cruz para que pudéssemos recuperar uma vida de dependência. Somente pela Sua graça, permanecemos dependentes — pois vivemos justificados somente pela fé — dAquele cuja graça é suficiente para nós (2 Co 12:9), e tomamos nossas cruzes todos os dias e de forma dependente enquanto caminhamos pelas misérias desta vida. Ao fazermos isso, é importante lembrar de que os justos viverão pela fé em Deus, não pela fé em si mesmos (Hc 2:4). Martinho Lutero tinha razão ao nos lembrar: “Se confiássemos em nossas próprias forças, nosso esforço seria em vão.”


Este artigo foi publicado originalmente na TableTalk Magazine.

Burk Parsons
Burk Parsons
O Dr. Burk Parsons é editor da revista Tabletalk e serve como pastor principal da Saint Andrew’s Chapel in Sanford, Fla. Ele é editor de Assured by God: Living in the Fullness of God's Grace. Ele está no Twitter em @BurkParsons.