
Renunciar a retaliação como sal e luz
abril 26, 2023
Como manter nossa distinção
maio 1, 2023A luz ao amar nossos inimigos

Nota do editor: Este é o quinto de 19 capítulos da série da revista Tabletalk: Sal e luz.
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.” Assim disse Jesus aos Seus ouvintes em Mateus 5:43. Seu propósito ao dizer isso era colocar essa “regra” não bíblica de lado. E em Lucas 10, Jesus deixa claro quem é o nosso próximo ao contar a parábola do bom samaritano. Ali Ele apresenta um homem ferido, espancado e dado como morto; um sacerdote e um levita, cada um dos quais viu o homem ferido como alguém que era impuro; e um samaritano, que viu o homem ferido como alguém digno de atenção.
Na parábola, o sacerdote e o levita mostraram que seus corações estavam longe do coração de Deus. De acordo com as práticas judaicas, o padre tinha motivos “religiosos” para ignorar a necessidade do homem. Se o corpo fosse um cadáver e ele o tocasse, o sacerdote ficaria impuro por sete dias (Nm 19:11). Para o sacerdote a lei e a cerimônia eram mais importantes do que amar os outros. O levita também não correria riscos para ajudar esse homem. Mas o samaritano demonstrou que ele e seus valores estavam próximos do coração de Deus. O samaritano, aquele que todos os judeus religiosos da época desprezavam, estava disposto a ajudar, pois o amor de Deus estava em seu coração.
Qual era o ensinamento da época? Para os judeus da época de Jesus, o próximo era “um dos seus”. Gentios não eram próximos; eram o inimigo. Os samaritanos eram semelhantes aos gentios, pois se casavam com pagãos. Os judeus isentavam os gentios de cumprir essa obrigação, porque os judeus consideravam os gentios impuros. Matthew Henry escreveu:
Eles não matariam um israelita por matar um gentio, pois ele não era seu próximo: eles realmente dizem que não deveriam matar um gentio com quem não estavam em guerra; mas, se vissem um gentio em perigo de morte, não se consideravam obrigados a ajudar a salvar sua vida.
Na época, os judeus consideravam os samaritanos como se fossem leprosos, estavam entre os “intocáveis”. Chegaram a acreditar que se a sombra de um judeu tocasse a de um samaritano, o judeu seria contaminado, e se uma mulher samaritana entrasse na aldeia judaica, toda a aldeia se tornaria impura.
Como respondemos à pergunta “quem é o meu próximo?” tem muito a dizer sobre nossa prioridade em amar as pessoas que são diferentes de nós. Não é preciso muita imaginação para cada um de nós imaginar quem Jesus usaria como exemplo de “próximo” em nossos bairros e cidades.
A parábola do bom samaritano define claramente nosso “próximo” como qualquer pessoa cuja necessidade vemos. Deus me lembrou muitas vezes que “devo” ser gentil com os desagradáveis e ingratos e que devo mostrar amor a todas as pessoas. Esse amor exige que eu confesse meus pecados e me arrependa. É um trabalho árduo.
Já olhou para os seus próximos de quem você não gosta como se fossem objetos inanimados e os tratou como tal? Jesus nunca o fez; Ele amou até mesmo Seus inimigos. Não procurou obter vantagens às custas dos outros e abriu mão do direito de se vingar de Seus inimigos. Portanto, a nossa pergunta “quem é meu próximo?” deve ser substituída por: “De quem sou próximo?”. Não podemos saber de antemão quem encontraremos, mas Deus nos coloca em lugares para sermos úteis. A visão imediata de um próximo exige uma resposta graciosa.
Gosto do poder das palavras em Provérbios 3:27: “Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo.” Frequentemente, nosso próximo pergunta: “Onde estão os cristãos?”. Não o faça adivinhar. Assegure-o disso pelo poder do seu amor cristão.
Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.