O sal da terra e a luz do mundo
abril 21, 2023Renunciar a retaliação como sal e luz
abril 26, 2023Orar pelo bem-estar da cidade
Nota do editor: Este é o terceiro de 19 capítulos da série da revista Tabletalk: Sal e luz.
O ano era 597 a.C., e muitos judeus haviam sido removidos à força de suas casas em Jerusalém. Estavam vivendo como exilados na Babilônia. Uma cacofonia de falsos profetas propagava uma falsa esperança de que o exílio duraria apenas dois anos. Houve agitação generalizada na Babilônia. Havia descontentamento entre os judeus. Houve grande dificuldade econômica, crescente conflito internacional, inquietação política divisiva e uma ansiedade geral entre o povo.
Não é difícil ver semelhanças entre os judeus que viviam na Babilônia e os cristãos que vivem no mundo de hoje. Os cristãos são cidadãos da cidade de Deus que vivem na cidade dos homens. O que devem fazer? Qual é a resposta apropriada dos cristãos que vivem no exílio? Como os cristãos podem ser sal e luz nas cidades onde vivemos? O profeta Jeremias pegou sua pena após a queda de Judá em 597 a.C. e escreveu: “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia” (Jr 29:4). Deus falou com Seu povo no exílio babilônico para revelar Sua vontade. Através desta Palavra, Deus ainda fala hoje. A instrução de Jeremias é uma aplicação pronta para os cristãos do século XXI que vivem como exilados em um mundo cada vez mais pós-cristão.
Jeremias não disse ao povo para fugir ou se rebelar contra a Babilônia. Em vez disso, os lembrou duas vezes de que o próprio Senhor os havia enviado para o exílio. (vv. 4, 7; ver também v. 11) Ele instruiu os exilados a construir casas, plantar jardins, se casarem, ter filhos, dar seus filhos em casamento, multiplicar-se e não diminuir. Deveriam ter uma vida frutífera na Babilônia. Em seguida, deu-lhes outra instrução que pode nos parecer contraintuitiva: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz” (v. 7). Lembre-se, a cidade aqui não é Jerusalém. Deveriam buscar o bem-estar da Babilônia e orar ao Senhor por ela.
A palavra para “bem-estar” é a palavra hebraica shalom. É a mesma palavra hebraica para “paz”, mas por “paz” não significa meramente a ausência de conflito. A paz bíblica inclui a ausência de conflito, mas é muito mais. A paz bíblica é a presença da abundância e fartura. É cada homem vivendo sob sua própria videira e figueira em uma terra que está em repouso (Mq 4:4). Devemos buscar a prosperidade da cidade, pois na prosperidade da cidade experimentaremos a prosperidade.
Jeremias então acrescentou que a maneira pela qual devemos buscar o bem-estar da cidade é orando pela cidade. A prosperidade para a cidade virá através da oração. Isso não significa que não façamos mais nada, mas significa que o mínimo necessário é que oremos. Como devemos orar pela cidade? A instrução de Davi no Salmo 122:6-9 é uma oração pela paz de Jerusalém. Esses princípios são transferíveis para as orações pelo bem-estar de outra cidade.
Orai pela paz de Jerusalém!
Sejam prósperos os que te amam.
Reine paz dentro de teus muros
e prosperidade nos teus palácios.
Por amor dos meus irmãos e amigos,
eu peço: haja paz em ti!
Por amor da Casa do Senhor, nosso Deus,
buscarei o teu bem.
Somos chamados a buscar o bem-estar da cidade orando pela economia, segurança, liderança e habitantes da cidade. Oramos pela prosperidade financeira da população, para que tenham segurança econômica. Oramos pela defesa dos que estão na cidade, para que estejam seguros. Oramos por aqueles que governam, para que a liderança seja eficaz na realização do que é bom. Oramos por todas as pessoas, para que experimentem a paz interior. Orar pelo bem-estar da cidade é simplesmente orar para que a vontade de Deus seja feita assim na terra como no céu (Mt 6:10). Pedimos o verdadeiro e pleno bem-estar da cidade, que só vem quando as pessoas têm paz por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5:1).
Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.