O nosso Pastor totalmente suficiente
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Nota do editor: Este é o décimo segundo de 18 capítulos da série da revista Tabletalk: O orgulho e a humildade.
Há momentos na vida em que as situações são difíceis, dias em que desejamos o céu ou pelo menos um lugar aqui que pareça um pouco mais com ele. Desejamos poder ter um novo começo em nosso chamado diário. Logo de suas palavras iniciais de encorajamento, esperança e bênção de “Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor” (1 Tm 1:1-2), Paulo aborda a tentação de falhar em um chamado atual indo para outro lugar cedo demais: “Te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina” (v. 3).Paulo é amorosamente direto com Timóteo sobre as questões difíceis e as pessoas com quem está lidando. Timóteo quer partir, mas Paulo o desafia a fazer o contrário: permanecer e “se envolver” em um ministério fiel, inclusive o ministério para pessoas difíceis. “[Permaneça] (…) para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina”. Essas “certas pessoas” estão ensinando contrariamente a Timóteo na igreja onde pastoreia. São apaixonados por suas opiniões, adoram instruir os outros e são bem capazes de continuar indefinidamente. São uma força contrária considerável na igreja. Sem dúvida, isso significa pressões substanciais para o jovem pastor. Inácio de Antioquia (c. 35-107 d.C.) reformulou a ordem de Paulo a Timóteo desta forma: “Você não deve entrar em pânico por aqueles que têm um ar de credibilidade, mas que ensinam heresia. Fique firme como uma bigorna sob um martelo.”
Paulo descreve aqueles que estão causando problemas e estresse — e o que Timóteo deve incutir neles. Ele deve exortá-los a não ensinarem contrário à doutrina bíblica, “nem se [ocuparem] com fábulas e genealogias sem fim” (v. 4). Parece que essas pessoas divisivas foram atraídas por uma mistura de judaísmo e gnosticismo. O judaísmo rejeitou o evangelho, substituindo-o por um sistema de justiça pelas obras por meio da busca de interpretações rabínicas e acréscimos à lei moral e cerimonial. O gnosticismo foi um movimento religioso enraizado na filosofia grega que via a criação material como má e a existência espiritual como boa. Ensinava que, por meio do conhecimento secreto e do ritual, os participantes podiam escapar do mal material e ascender a um plano superior de existência. Tais ensinos, Paulo lembra a Timóteo, “promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé” (v. 4).
O contraste e a tarefa são claros. Timóteo recebeu a mordomia do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Discussões, fábulas e genealogias intermináveis não são de Deus, são contra Ele. Timóteo deve refutar esses falsos ensinos dentro e ao redor da igreja com a maravilhosa verdade do evangelho em Cristo. Ele deve permanecer firme no bom terreno da Palavra e continuar a ministrar fielmente às pessoas ao seu redor. Assim como para Timóteo, esses versículos nos desafiam a permanecer firmes em servir a Cristo, ser comprometidos em tempos difíceis em nossos chamados até que Ele claramente nos leve a outro lugar.
Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.