O Deus de todo conforto - Ministério Ligonier
Apocalipse 3.20
outubro 16, 2022
O evangelho imutável
outubro 18, 2022
Apocalipse 3.20
outubro 16, 2022
O evangelho imutável
outubro 18, 2022

O Deus de todo conforto

Nota do editor: Este é o último de 13 capítulos da série da revista Tabletalk: O que esse versículo realmente significa?

Quão bem você sofre? Sou filho adotivo de Deus, mas não sou bom nisso. Tenho certeza que você também precisa crescer nessa área.

Como filhos adotivos de Deus, sofremos por vários motivos. Primeiro, por causa do pecado de Adão, enfrentamos sofrimento em um mundo caído. As “batidas” providenciais de Deus destinam-se a nos levar ao arrependimento para com Deus e à fé em Jesus Cristo (Rm 2:1-5; 8:18-39). Em segundo lugar, muitas vezes sofremos como resultado de nossos pensamentos, desejos, palavras e ações pecaminosas (1 Pe 4:12-19). O pecado sempre tem resultados. No entanto, a misericórdia e a graça de Deus nos chamam de volta ao Bom Pastor (1 Pe 2:18-25; 1 Jo 1:5 — 2:2). Por último, também sofremos como alvo do mundo e do diabo, porque estamos unidos a Cristo.

Quando sofremos, seja qual for a causa, nos machucamos. Como um soco no estômago, o sofrimento parece fazer jorrar todo o vento do Espírito Santo. Lutamos para recuperar o fôlego. Do que precisamos? Precisamos do Deus de toda consolação para nos sustentar e confortar enquanto o Espírito nos rejuvenesce. A consolação de Deus acalma a tristeza e a angústia. Também nos fortalece e nos leva ao arrependimento, se necessário.

O Antigo Testamento estabelece um fundamento para o nosso conforto. Enquanto Salomão diz que os oprimidos não têm defensor e os ímpios parecem ter o poder, essa vaidade não é a palavra final. Pois o Pastor cuida dos filhos de Deus (Sl 23; 50; 52; 65; 70; 82; 119). A Palavra de Deus consola. Os profetas dizem que Deus confortará Seu povo após sua disciplina no exílio (Is 12:1; 22:4; 51:3, 19; Zc 1:17). A boa notícia é que Deus conforta os Seus (Is 40:1-5). Jesus cumpre essas promessas (61:1-4), como declarou em Seu sermão na sinagoga de Nazaré (Lc 4:16-21). O conforto de Deus é completo em Jesus, o Bom Pastor (Jo 10:1-21).

Essa consolação é bem clara no Novo Testamento. Você encontrará consolo em todo o Novo Testamento, mas, por enquanto, concentre-se nas palavras de Paulo em 2 Coríntios 1. A consolação de Deus é um tema importante em toda a epístola. Paulo sofreu mais do que você e eu juntos, mas Deus o consolou (2 Co 4:7-12; 6:3-10; 11:16 — 12:10). Leia 2 Coríntios 1:3-11. Paulo bendiz a Deus; ele se concentra em duas de Suas características. Primeiro, Deus é o Pai de misericórdias. Nosso Pai celestial é de coração terno, não de coração duro. Ele nos cobre de misericórdia, mesmo em meio ao sofrimento e à dor. Isso é melhor do que Sua maravilhosa autodescrição a Moisés no Sinai (Êx 34). Ele dá pão, peixe e ovos — sim, até mesmo o Espírito — não pedras, cobras e escorpiões (Mt 7.7-11; Lc 11.9-11).

Segundo, Ele é o Deus de toda consolação. Ele nos consola em todas as nossas aflições. Ele não apenas nos cobre com misericórdias imerecidas, mas também derrama conforto sobre nós com dois propósitos. Primeiro, Ele nos conforta para que possamos, por sua vez, confortar outros com essa mesma consolação misericordiosa. Isso é amar o próximo como a nós mesmos.

O segundo propósito nas aflições severas e incontroláveis ​​e nas “batidas” providenciais é matar a autoconfiança e a autossegurança e transferir nossa confiança e segurança para o Deus da ressurreição. Isso é confiar em Deus com tudo dentro de nós no vale da sombra da morte. Esses dois propósitos — confortar os outros com o consolo do Pai e confiar no poder sobrenatural do Pai para nos ajudar a superar as aflições — devem nos ajudar a recuperar o fôlego à medida que o Espírito nos rejuvenesce.

Sim, quando aflições e difíceis providências nos atingem, e quando sentimos que o Espírito nos abandonou, do que precisamos? Precisamos nos apegar às promessas de nosso consolador Pai à medida que o Espírito nos conforta (At 9:31). O Pai é compassivo. Que consolo! Somos bem-vindos diante do trono da graça.

Uma observação final: Paulo quer que o imitemos na medida em que ele imita Jesus (1 Co 11:1; 1 Ts 1:6). Jesus é o Mediador da nova aliança. Ele também é o modelo de serviço fiel da nova aliança (1 Pe 2:18–24). Jesus aplica a misericórdia e a consolação do Pai através do Espírito derramado. Jesus é nosso fiel e misericordioso Sumo-Sacerdote (Hb 2:14-18; ver Catecismo Maior de Westminster, pergunta 55). Ele, melhor do que todos os outros, pode simpatizar conosco já que Ele sofreu, foi tentado em meio a esses sofrimentos e ainda assim não pecou (Hb 4:14-16). Ele aprendeu através desses sofrimentos (5:7-10). Precisamos olhar para Ele como o pioneiro e consumador da fé (12:1-11). Ele nos leva ao Pai (Jo 17), e o conforto do Pai é a principal bênção da nova aliança.

Caro amigo e companheiro de sofrimento. Não desperdicemos nossos sofrimentos. Soframos bem. Soframos como Paulo. Soframos como Jesus. Por quê? Para que dependamos não de nós mesmos, mas do Pai das misericórdias que ressuscita os mortos. Por quê? Para que possamos consolar os outros com a mesma consolação que recebemos do Pai. Oremos para que todos aprendamos a sofrer bem para Sua glória.

Que possamos receber estas bênçãos:

A graça do Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós (2 Co 13:13).

Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra (2 Ts 2:16-17).

Amém.

Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Megazine.

George C. Scipione
George C. Scipione
O Dr. George C. Scipione é professor adjunto de Aconselhamento Pastoral no Reformed Presbyterian Theological Seminary em Pittsburgh. Ele é autor de The Battle for the Biblical Family [A batalha pela família bíblica] e Timothy, Titus and You [Timóteo, Tito e você].