Nosso benigno Salvador
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Nosso benigno Salvador

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Nota do Editor: Este é o décimo terceiro de 19 capítulos da série da revista Tabletalk: Palavras e frases bíblicas mal compreendidas.

Os capítulos iniciais do NT nos lembram que o Filho encarnado de Deus é um Salvador. Maria clama com adoração: “Meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc 1:47). Um anjo declara a José que seu filho “salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21). Os pastores ficam impressionados com esta mensagem: “É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:11). A palavra grega traduzida como “Salvador” significa “aquele que preserva ou resgata dos perigos e aflições naturais”. “Salvador” carrega a ideia de libertação do dano para preservar enquanto retrata tanto um salvador quanto um protetor.

Em Mc 15:33, 41, o ápice da obra de Jesus como nosso Salvador está em exibição horrível e gloriosa. Horrível por causa do imenso sofrimento, vergonha e zombaria que nosso Senhor suportou, mas gloriosa, porque é neste lugar de sofrimento que os pecadores são resgatados. Depois que Jesus “expirou” (v. 37) e entregou Sua vida, um centurião que foi testemunha ocular desses terríveis eventos declarou: “Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus!” (v. 39). Aqui está um soldado rigoroso que foi encarregado de supervisionar a crucificação de Jesus. Ele possivelmente esteve presente na prisão de Jesus, acompanhou Seus julgamentos, pode ter se juntado a seus companheiros para lançar insultos e agora ouve Jesus dar um grande brado na morte ao entregar livremente Sua vida.

O centurião ouviu Jesus perdoar Seus acusadores, salvar o ladrão na cruz e colocar Sua mãe sob os cuidados de João, e através de tudo isso concluiu: “Este não é um homem comum”. Como esse centurião romano chega a essa conclusão? Os relatos paralelos de Mt 27 e Lc 23 revelam que depois que Jesus entregou Seu espírito, o véu do templo se rasgou em dois, ocorreu um grande terremoto e muitas pessoas ressuscitaram. Esses eventos abalam profundamente esse soldado endurecido pela batalha. “Vendo o centurião o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo” (Lc 23:47). Outros na multidão se juntam ao centurião em sua confissão. Há algo extraordinário e sobrenatural em Jesus. Ele é um Salvador justo que está morrendo não por Si mesmo, mas no lugar dos outros.

A cruz se torna o epicentro da purificação dos pecadores, um lugar de refúgio e resgate. Como nosso Salvador, Jesus nos resgata do nosso pecado, da ira de Deus sobre o nosso pecado e da morte, que é uma consequência do nosso pecado. Isaías disse: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós” (Is 59:2). Paulo lamenta: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24). Ele responde sua pergunta em 1 Ts 1:10: “Jesus, que nos livra da ira vindoura.” Tome o lugar centurião e contemple o Cordeiro de Deus que é nosso Salvador, que graciosamente dá Sua vida em nosso lugar para que nós, que antes éramos inimigos, agora sejamos filhos e filhas de Deus.

Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.

Dustin W. Benge
Dustin W. Benge
Dr. Dustin W. Benge é professor de Espiritualidade Bíblica e Teologia Histórica no Southern Baptist Theological Seminary em Louisville, Kentucky. Ele é autor de vários livros, entre eles The American Puritans [Os puritanos dos Estados Unidos] e The Loveliest Place [O lugar mais belo].