A humildade e a unidade da igreja - Ministério Ligonier
pastores
A humildade em pastores e líderes
março 22, 2023
A humildade nas redes sociais
março 26, 2023
pastores
A humildade em pastores e líderes
março 22, 2023
A humildade nas redes sociais
março 26, 2023

A humildade e a unidade da igreja

unidade

Nota do editor: Este é o sétimo de 18 capítulos da série da revista Tabletalk: O orgulho e a humildade.

No início deste ano, a minha cidade natal começou a construir um parque municipal de vinte e três hectares. Ele está em um ambiente urbano, mas está rodeado em ambos os lados de um vale com um rio que serpenteia pelo interior da Carolina do Sul e termina em uma famosa cachoeira em Greenville. O parque ligará geograficamente os vestígios de um bairro pobre histórico quase esquecido com o novo centro dinâmico. É um símbolo vivo do velho e do novo. O prefeito batizou o novo empreendimento de Unity Park (parque da unidade), e em seu centro haverá uma ponte de aproximadamente cinquenta metros, e conectará pessoas de todas as partes da cidade.

Quanto mais amadureço em minha convicção cristã, mais compreendo que a unidade entre os cristãos não pode ser presumida, especialmente na igreja. Isso não acontece por si só, o Espírito Santo deve primeiro soprar por meio de um cristão, que em resposta busca outras pessoas com motivação semelhante à de Cristo e pratica a humildade piedosa de forma consistente, para que a unidade floresça na igreja. Em alguns casos, como está sendo feito no novo parque de Greenville, a unidade deve ser construída do zero e praticamente vincular pessoas que podem não perceber que deveriam estar vinculadas.

O apóstolo Paulo nos diz para que “andeis de modo digno da vocação” (Ef 4:1), e “preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (v. 3). Ele usa a famosa linguagem do corpo humano para ilustrar o princípio: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (vv. 4-6). Sete vezes em dois versículos, nos chama para sermos “um”. Paulo nos diz que “devemos” ter unidade, ele nos afirma que “devemos querer” a unidade e, então, de forma notável e um tanto paradoxal, nos assevera “que já temos unidade em Cristo”. Em outras palavras, devemos viver nossas vidas presentes considerando a obra consumada de Jesus em nosso favor ao nos tornarmos um.

Nos dias de Paulo, havia um grande desentendimento entre cristãos judeus e gentios na igreja. Alguns judeus étnicos acreditavam e praticavam a validade permanente da antiga lei cerimonial e, portanto, insistiam não apenas na circuncisão, mas também na observância das leis alimentares do Antigo Testamento dadas por Moisés. Eram de Cristo, mas seu livro era ainda a Torá. Para essas pessoas, a inclusão dos gentios nas promessas de Deus era um obstáculo e uma fonte de divisão. Paulo apela à Trindade como base para sua unidade terrena. Vemos todas as três pessoas da Trindade descritas em Efésios 4: Deus Espírito Santo (v. 4); Deus Filho, Jesus Cristo (v. 5); e Deus Pai (v. 6). A unidade deles é um modelo de como nós, embora muitos, devemos ser um. Paulo também está nos lembrando da grande verdade cristã de que o evangelho é algo completamente fora de nós. Não contribuímos com absolutamente nada para isso; só nos beneficiamos disso, e é a base de nossa capacidade de amar uns aos outros. Como diz o antigo hino, a igreja é onde, nesta vida — por causa de Cristo — o povo de Deus encontra “a doce e sobrenatural comunhão com aqueles cujo descanso foi conquistado”.

Em minha denominação, a Igreja Presbiteriana na América, nossa constituição faz uma pergunta na forma de um voto para aqueles chamados para servir e trabalhar pela unidade da igreja: “Você promete lutar pela pureza, paz, unidade e edificação da Igreja?”. Para aqueles que responderem sim, é dada uma descrição de exemplos práticos de boa unidade da igreja:

Espiritualmente fecundo, digno, prudente, exemplo para o rebanho, que visita as pessoas em suas casas, especialmente os enfermos, instrui os que precisam, conforta os enlutados, alimenta e guarda os filhos da Igreja, ora com e pelo povo, busca o fruto da Palavra pregada, ministra aos necessitados, aos enfermos, aos desamparados e a qualquer um que esteja em perigo, cuida dos doentes, das viúvas, dos órfãos, dos prisioneiros e de outros.

O envolvimento de um cristão em sua igreja local é o relacionamento organizacional terreno mais importante que ele manterá. Se um crente ama a teologia, história ou liturgia da igreja, deve fazer um esforço especial para buscar a unidade dentro do corpo. É sua família neste mundo e será sua família no mundo vindouro.


Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.

Melton L. Duncan
Melton L. Duncan
Melton L. Duncan é um presbítero da Segunda Igreja Presbiteriana em Greenville, SC, e secretário executivo do Calvary Presbytery da Igreja Presbiteriana na América.