A humildade em pastores e líderes - Ministério Ligonier
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A humildade em pastores e líderes

pastores

Nota do editor: Este é o sexto de 18 capítulos da série da revista Tabletalk: O orgulho e a humildade.

A humildade é uma qualidade, atitude ou sentimento de nenhuma autoimportância, o que faria que uma pessoa se sentisse melhor do que outra. A humildade carrega a ideia de modéstia, mansidão e até doçura. A palavra tem sua etimologia no francês antigo e latim. No latim eclesiástico, encontramos algumas raízes em “terra” ou “terreno”. Porém, sejamos claros que a humildade não se identifica com alguém que anda por aí com uma aparência abatida, que hesita a cada encontro. Não é andar cingido de pano de saco e cinzas.

Viver a humildade bíblica começa com o reconhecimento de nossa dívida para com Deus como Autor e Consumador de nossa fé. Para pastores e líderes, significa viver com uma consciência aguda de que tudo o que eles têm é um dom de Deus e que tudo o que fazem depende da graça de Deus.

Viver essa humildade envolve imitar bons exemplos. Na Bíblia, temos vários. Depois de todas as realizações de José em altos níveis políticos, ele concluiu que os pontos baixos, bem como os destaques de sua vida, foram atribuídos exclusivamente a Deus e Seu propósito soberano e cuidado sobre todas as coisas (Gn 50:19-21). Algum tempo depois de Davi ter sido ungido como sucessor de Saul como rei, ouvimos a autodescrição de Davi enquanto Saul o persegue: “Após quem saiu o rei de Israel? A quem persegue? A um cão morto? A uma pulga?” (1 Sm 24:14). O rei Davi também se descreveu em toda a sua glória real como um verme (Sl 22).Jesus chamou João Batista de o maior dos profetas, mas João resumiu sua própria postura desta forma: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30). E o apóstolo Paulo? Um hebreu de hebreus. Quanto à lei, irrepreensível. No entanto, ele não reivindicou fama, mas se subordinou à fama de Cristo Jesus (Fp 3). Ao todo, Paulo nos lembra que nosso Salvador é o modelo a seguir e, portanto, devemos “[considerar] cada um os outros superiores a si mesmo” (2:3). Isso é humildade.

Tudo isso nos diz como a vida sob o plano soberano de Deus deve nos afetar. Não temos motivos para nos orgulhar. A arrogância nunca deve se apegar à nossa roupa, mas sim à doçura do nosso Salvador. Afinal, afirmou Pedro, “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” vieram dEle (2 Pe 1:3). A nossa deve ser a humildade do grande Rei Jesus, que se sujeitou à humilhação deste mundo cheio de pecado, até uma morte injusta e cruel na cruz. Viver sob a bandeira do plano soberano de Deus para nossas vidas produz a mesma vida humilde.

E quando o orgulho cresce em nós? Afinal, todos lutamos contra o orgulho. A resposta, claro, é arrependimento. Como Martinho Lutero entendeu, o arrependimento não é um ato único ou ocasional, mas uma vida contínua de contrição: o reconhecimento, a tristeza e o afastamento do pecado. Para ministros e presbíteros, isso certamente incluirá a confissão a si mesmo, aos outros e a Deus a respeito de nossos pecados em palavras, pensamentos e ações. Ministros e presbíteros se encontrarão pedindo perdão a Deus e àqueles a quem eles servem quando seu pecado for colocado diante deles. De fato, devemos liderar pelo exemplo. (1 Pe 5:3) Deus chama nossos irmãos a imitar nossa fé (Hb 13:7). Ousamos deixá-los imitando nossa arrogância, orgulho e grosseria, em uma palavra, nossa pecaminosidade? Em vez disso, que tal colocar diante deles o doce aroma de nosso Salvador? Quando pecamos e o aroma é substituído por um fedor, devemos nos arrepender rapidamente, a humildade bíblica exige isso.

Muitos anos atrás, Albert N. Martin escreveu um livreto convincente intitulado As implicações práticas do calvinismo. Ele estava repleto de fragmentos de sabedoria bíblica, mas um que permaneceu comigo ao longo dos anos é o seguinte: você não pode crer na soberania de Deus e ser um cristão orgulhoso. Um cristão é alguém que ficou face a face com o Deus vivo e três vezes santo. A resposta de Isaías nesse caso? Ele caiu com o rosto no chão em humilde tristeza por seu pecado e “só depois” disso se levantou com a disposição de servir a Deus. A arrogância não tem lugar na vida cristã. Então, muito mais o orgulho e a arrogância não têm lugar entre ministros e presbíteros enquanto vivem e lideram. Vamos todos nos apoiar no Espírito do Deus vivo enquanto buscamos a mansidão que nos leva a uma herança inestimável de nosso Senhor e Salvador.

Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.

C.N. Willborn
C.N. Willborn
O Dr. C.N. Willborn é pastor titular da Covenant Presbyterian Church em Oak Ridge, Tennessee, e professor adjunto de História da Igreja no Greenville Presbyterian Theological Seminary.