Adeus ao novo, bem-vindo ao antigo

Nota do editor: Este é o primeiro de 8 capítulos da série da revista Tabletalk: Uma era de definição: a história da Igreja no século IV.

Eu adoro coisas antigas. Adoro mobília antiga, casas antigas e, principalmente, livros antigos, aqueles bem velhos e empoeirados. E eu não sei você, mas a poeira me faz espirrar. Recentemente, minha esposa e eu estivemos em uma loja de antiguidades, e encontrei uma edição de 1833 do livro A fé cristã, de Thomas Watson. O livro estava esquecido no final da loja, no topo de uma estante de madeira que também possuía dezenas de cópias das seleções Reader’s Digest, todas da década de 1960. Quem colocou o livro naquela estante com certeza não sabia o valor da publicação de Watson. E pela quantidade de poeira no livro, diria que aquela obra clássica estava ali por vinte anos ou mais. Pode ter certeza que, assim que abri aquele livro, espirrei.

Ainda bem que minha reação a coisas velhas e empoeiradas é apenas uma temporária e desagradável expiração de ar que pode acontecer ou não. Contudo, a reação de muitas pessoas a coisas antigas não é tão insignificante. Hoje em dia, nossa reação a algo que possui muitos anos é geralmente negativa. No século 21, tudo é novo e melhorado. Adeus ao que é antigo, bem-vindo ao que é novo, o que quer que seja, mesmo que seja apenas de aparência velha, deve dar lugar ao que é contemporâneo. Somos uma sociedade que se deleita na última novidade, e somos tão consumidos pela emoção do próximo lançamento, que temos esquecido o passado. Como resultado, perdemos o rumo. E se nós, o povo de Deus, devemos ser mordomos fiéis do nosso passado, se devemos fazer alguma diferença, então devemos nos lembrar das difíceis lições que aprendemos com a história. Precisamos tirar a poeira dos credos históricos da igreja que sobreviveram ao teste do tempo. Devemos reviver nossa grande herança e despertar nossas igrejas para os heróis de nossa fé que permaneceram como guardiões da fé cristã contra o mundo.Ao longo da história, o mundo tentou destruir a igreja. Em cada século, imperadores e hereges tentaram alterar a crença histórica da igreja, mas sempre fracassaram. A história provou que o quarto século foi um tempo de definições. Foi uma era de heróis imortais e confissões inabaláveis. E agora, o século 21 é o momento mais crucial para o povo de Deus, que deve reacender a fé de nossos pais do quarto século, de modo que vivamos coram Deo, diante da face do Deus da história, o Ancião de Dias.

Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.