Adoração | Participação no culto | Ministério Ligonier
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Participação no culto

Nota do editor: Este é o décimo sexto de 18 capítulos da série da revista Tabletalk: O orgulho e a humildade.

Grande parte da adoração no cenário evangélico hoje se assemelha a algo semelhante a uma performance ou uma forma de entretenimento — com luzes circulantes, máquinas de neblina e duelo de DJs — onde as pessoas são vistas como a “audiência” assistindo a um show ao vivo. Uma banda geralmente apresenta músicos talentosos e cantores principais, e um orador faz uma “palestra” motivacional destinada a inspirar a multidão. As pessoas são simplesmente observadores passivos.

No entanto, a adoração não é para nosso entretenimento, mas sim para nossa expressão sincera de reverência, admiração, alegria e ação de graças a Deus e Suas poderosas obras de criação e redenção por meio do Senhor Jesus Cristo (Sl 105:1; Is 12:6; Hb 12:28; Ap 5:9). Somos chamados a participar ativamente da adoração — com nossas mentes e corações envolvidos em todos os elementos — para que Deus seja glorificado como Ele prescreveu em Sua Palavra, e os crentes santificados de acordo com a poderosa operação do Espírito Santo pelos meios da graça.

Então, a adoração requer preparação e esforço. É nosso sagrado dever e deleite, o chamado de Deus para que o adoremos “em espírito e em verdade” (Jo 4:24). “Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome” (Sl 100:4). A adoração também é uma expressão de nosso objetivo principal, que é “glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre” (Breve Catecismo de Westminster R. 1). Nossa tarefa é amar o Senhor nosso Deus com todo o nosso coração, alma, mente e força, não apenas como adoradores individuais, mas também como participantes do corpo reunido de Cristo, a comunhão dos santos (Hb 10:25). E nossa plena participação na adoração segue nosso desejo de glorificar a Cristo, amar a Cristo e conhecer a Cristo, para que possamos ser conformados cada vez mais à semelhança de Cristo.

Como devemos ser participantes ativos na adoração? Aqui estão quatro maneiras. Em primeiro lugar, prepare você e sua família com antecedência. Isso pode significar, no sábado à noite, ler a passagem bíblica que será pregada, orar pelo culto e pela pregação do ministro, revisar a ordem litúrgica (se disponível) com sua família e separar seus dízimos e ofertas. Pode significar arrumar suas roupas e ir para a cama cedo. Além disso, planeje chegar com antecedência, usar o banheiro e remover ou minimizar quaisquer distrações (por exemplo, o toque do telefone celular). Certifique-se de que todos tenham um boletim para que possam participar de cada elemento. Tudo isso apóia nossa plena participação na adoração do Dia do Senhor.

Em segundo lugar, venha adorar com entusiasmo e expectativa de que o Espírito de Deus está ativo — na salvação dos perdidos e na santificação do Seu povo — por meio de Sua Palavra, oração e sacramentos. À medida que o evangelho é plantado e regado por esses meios de graça na adoração, Deus provê o crescimento (1 Co 3:7). Quando consideramos que tudo o que temos vem das mãos de nosso gracioso Deus, e que Ele de forma soberana nos salvou da condenação eterna, nosso desejo será oferecer a Ele sinceros e humildes sacrifícios de ação de graças (Sl 50:14). Desejamos louvar Seu santo nome com corações e mentes totalmente engajados. Quando tivermos fome e sede de justiça, seremos abençoados e satisfeitos (Mt 5:6). Além disso, nosso desejo de adorar a Deus alimenta o desejo dos outros de adorar a Deus, inclusive nossos próprios filhos. A adoração sincera é contagiosa, testifica a realidade de Deus e Seu evangelho. Isso, por sua vez, encoraja um anseio e expectativa geral por parte dos outros em participar da adoração.

Em terceiro lugar, a adoração é dialógica: Deus fala e Seu povo responde. Portanto, como participantes ativos na adoração, ouvimos o chamado de Deus para adorá-lo; nos envolvemos em várias leituras responsivas das Escrituras ou em uma confissão de fé; acompanhamos a leitura da Palavra de Deus em nossas próprias Bíblias; unimos nossos corações nas orações que são realizadas; tomamos notas (mentais ou reais) dos pontos abordados no sermão; cantamos salmos, hinos e cânticos espirituais com consideração e alegria com graça em nossos corações; confessamos nossos pecados com uma consciência sincera de nossa depravação; nos lembramos de melhorar nosso próprio batismo quando participamos do batismo de outra pessoa; participamos do corpo e sangue de Jesus na Ceia do Senhor, e nos lembramos pela fé Seu sacrifício de expiação por nossos pecados; nos consolamos ativamente por termos a certeza de Sua graça perdoadora; damos nossos dízimos e ofertas como expressão de nossa ação de graças e dependência de Deus; e nos despedimos com a paz que Deus prometeu em Sua bênção. Então, em cada elemento, estamos totalmente presentes e atentos.

Em quarto lugar, ser um participante ativo na adoração pode envolver certas posturas ou movimentos apropriados. Não é incomum ficar de pé para a leitura da Palavra de Deus por reverência (Ne 8:5), inclinar a cabeça em humilde oração (Sl 35:13) ou estender as mãos para receber a bênção (Nm 6:24-26; Ne 8:6). Todas essas são maneiras de aumentar a participação individual e comunitária na adoração.

Em vez de sermos meros observadores ou assistentes passivos na adoração de nosso Deus trino, podemos nos preparar cuidadosamente para a adoração, esperar ansiosamente que Deus esteja operando entre Seu povo na adoração e envolver de forma ativa nossos corações, mentes, almas e forças em cada elemento da adoração. E à medida que nos tornamos participantes ativos, que Deus opere em nós o que é agradável aos Seus olhos, por meio de Jesus Cristo, a quem é devida a glória para todo o sempre (Hb 13:21).


Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.

Brian Cosby
Brian Cosby
O Dr. Brian Cosby é pastor da Wayside Presbyterian Church em Signal Mountain, Tennessee, e professor de Teologia Histórica no Reformed Theological Seminary em Atlanta. Ele é autor de Uncensored: Daring to Embrace the Entire Bible [Sem censura: como ousar aceitar toda a Bíblia] e A Christian’s Pocket Guide to Suffering [Livro de bolso de um cristão para o sofrimento].