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Nosso misericordioso Sumo Sacerdote

Nota do Editor: Este é o nono de 16 capítulos da série da revista Tabletalk: Atributos de Deus mal compreendidos.

Ler a oração sacerdotal de Jesus em João 17 é adentrar por trás do véu que encobre o relacionamento entre Deus Pai e Jesus Cristo Filho. Antes de iniciar Sua jornada para a cruz, Jesus faz uma pausa e nos permite ler Sua intercessão. Consciente de que a morte está surgindo no horizonte, Jesus não está preocupado com o sistema maligno do mundo. Em vez disso, em João 17:20, Ele volta sua atenção total para todos aqueles que crerão em Seu evangelho. Então, com cuidado amoroso, nosso misericordioso Sumo Sacerdote ora por dois elementos específicos para Seu povo: unidade e comunhão.

Jesus ora “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti” (Jo 17:21). Assim como existe a unidade eterna entre o Pai, o Filho e o Espírito, deve haver uma unidade que caracterize a igreja diante de um mundo que observa. Já que o homem carnal não entende o que é de Deus, o evangelho é apresentado através do testemunho da unidade divina que existe na igreja. Se nossa comunhão for desfeita e a divisão consumir nossos corações, o evangelho se tornará obscuro diante do mundo que tentamos ganhar. Jesus não nos deixa entregues a nossos próprios dispositivos humanos ou engenhosidade criativa para cultivar e produzir tal unidade. Ele se volta para o céu e ora: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos” (Jo 17:22). Essa unidade só é possível porque Cristo plantou uma nova vida dentro de nós, vivificada pela habitação do Espírito Santo. Todos os crentes que estão agora em união com Cristo, são habitados pelo Espírito e compartilham uma comunhão que agora tem capacidade para amor mútuo, alegria, paz e unidade. Enquanto a unidade do evangelho significa piedade, a divisão mesquinha significa carnalidade e nunca deve caracterizar os filhos de Deus. Jesus unificou Sua igreja para que o mundo creia, aceite e o confesse como o Filho unigênito de Deus (Jo 17:23).

Jesus também pede que o Pai nos leve à glória para desfrutarmos da comunhão eterna com Ele: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17:24). Jesus ora para que o Pai finalmente nos conduza à Sua presença gloriosa para nos unirmos à comunhão eterna que Ele desfruta perpetuamente com Seu Pai. Como nosso Sumo Sacerdote, Jesus fez a devida expiação pelos nossos pecados não apenas para que desfrutemos uma vida de unidade aqui e agora, mas também para que tenhamos maior comunhão na vida futura. Por que Ele deseja passar a eternidade com as criaturas pecadoras que salvou? “Para que vejam a minha glória.” Os crentes não apenas passarão a eternidade habitando com Cristo, mas também somos convidados a entrar no Santo dos Santos de Sua glória refulgente. Nenhuma parte dEle será negada àqueles que Ele ama. Este é o cumprimento culminante de nossa redenção: um com o outro, um com Cristo, para contemplar Sua glória.

Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.

Dustin W. Benge
Dustin W. Benge
Dr. Dustin W. Benge é professor de Espiritualidade Bíblica e Teologia Histórica no Southern Baptist Theological Seminary em Louisville, Kentucky. Ele é autor de vários livros, entre eles The American Puritans [Os puritanos dos Estados Unidos] e The Loveliest Place [O lugar mais belo].