Senhor dos exércitos
agosto 23, 2023Sião
agosto 28, 2023Vaidade
Nota do Editor: Este é o décimo de 19 capítulos da série da revista Tabletalk: Palavras e frases bíblicas mal compreendidas.
É frustrante quando objetos não funcionam como deveriam. Você vasculha a gaveta de lixo para achar baterias para o controle remoto, apenas para descobrir que elas não têm carga, apesar de não terem expirado.
Essa futilidade nos dá uma ideia do que a Bíblia quer dizer quando fala sobre a vaidade. A vaidade é um conceito de sabedoria encontrado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento que nos aponta o que vai funcionar e o que não vai. Serve como um rótulo de advertência de Deus para nos ajudar a discernir o que é real, duradouro, eficaz e valioso, em oposição ao que é vazio, fútil, sem sentido e passageiro. O livro de Eclesiastes do Antigo Testamento é especializado no assunto da vaidade, ao oferecer aplicações para quase todas as áreas da vida sob o sol, onde podemos tentar encontrar significado neste mundo caído. Suas descrições de frustração e ineficácia ressoam em nossa experiência.
Como um conceito de sabedoria, a vaidade destina-se a nos impedir de buscar significado, propósito e valor naquilo que só nos decepcionará. Reflete o provérbio: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Pv 14:12). Porém, a sabedoria não apenas nos ajuda a discernir a vaidade, ela nos direciona para onde podemos encontrar a vida que buscamos. Depois de uma pesquisa abrangente sobre a vaidade, Eclesiastes estabelece o princípio operacional para uma vida com sentido: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (Ec 12:13). Em outras palavras, em vez de confiar no que parece certo para nós ou aceitar o conselho do mundo, elevamos nossos olhos além da ordem criada para dar ouvidos ao nosso Criador. Ao ouvir, colocamos em prática o que Ele diz, na formação das nossas opiniões, na direção dos nossos passos e na nossa confiança nEle e em Sua vontade revelada. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
Encontramos esse princípio operacional no chamado de Deus por meio do profeta Isaías, onde Ele contrasta o pão que não satisfaz com o rico alimento que ele provê (Is 55:2-3). Sem o temor do Senhor que o escuta como Deus, corremos o risco de nos entregarmos à vaidade daquilo que só nos decepciona. O contraste da vaidade contra a verdade, do que é vão em oposição ao que é valioso, apresenta a linha divisória entre sabedoria e loucura em toda a Escritura. Vemos isso em termos de onde procuramos a verdade e do que dependemos para a vida.
Quando Paulo e Barnabé trouxeram o evangelho à Listra no livro de Atos, exortaram o povo a converter-se do que é vão para um Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há (At 14:15). O que era vão? As pessoas criaram seus próprios deuses e seguiram suas próprias inclinações. Ao rotular tudo de vão, Paulo e Barnabé estavam dizendo: “Isso não vai dar certo.” Em vez disso, o povo deveria se arrepender de seus próprios planos e voltar-se para buscar e servir ao Deus vivo e verdadeiro (veja Sl 31:5-8; 1 Ts 1:9-10).
É quando damos ouvidos ao Deus Criador que somos direcionados dos caminhos fúteis que nos parecem corretos para o caminho fértil que produz vida. Em última análise, esse caminho é a provisão de Deus em Jesus Cristo, em quem se encontra a vida autêntica, abundante e eterna.
O apóstolo Paulo expressa a salvação de Deus em Cristo em termos de vaidade. Ao explicar a eficácia da obra de Cristo, ele explica: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé… E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram” (1 Co 15:14, 17-18). Mas Cristo ressuscitou. Nossa fé é fundamentada. Nossa esperança não é vazia. Nossa vida em Cristo não é sem sentido. Nosso trabalho no Senhor não é em vão.
Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.